INTRODUÇÃO: A humanidade vive,
nos dias atuais, cercada com
desafios de todos os tipos e
tamanhos, mostrando a sua
capacidade de encontrar a solução e
de adaptação no contexto da vida.
Certamente a função Pastoral também
está cercada de grandes desafios,
pois a Igreja é possuidora das suas
próprias necessidades, seja na sua
estrutura organizacional, na
delegação de poder, como também
necessidade de ter um crescimento
sadio; uma boa gestão Pastoral
certamente conduzirá o rebanho de
Deus a vencer, com a orientação
Divina, os desafios dos dias
atuais.
FUNÇÃO PASTORAL NA ESTRUTURA
ORGANIZACIONAL DA IGREJA
Na estrutura organizacional é
definida a pessoa do administrador,
como administrar e como desenvolver
o seu trabalho até mesmo envolvendo
outras pessoas na estrutura.
A igreja é, simultaneamente,
ORGANISMO e ORGANIZAÇÃO. O povo de
Deus está organizado num tríplice
aspecto, que são:
Aspecto Espiritual
Aspecto Social
Aspecto Econômico
Administrar a igreja do Senhor é
distinguir-se como um autêntico
líder.
Pastor: O Administrador
Eclesiástico
Para uma melhor compreensão da
função pastoral, precisamos saber
que administração eclesiástica é o
estudo de diversos assuntos ligados
ao trabalho do pastor, na sua
função de liderar e de ser o
principal administrador da igreja
em que está servindo.
O administrador é um especialista
na arte de trabalhar com pessoas.
Sente-se vitorioso quando ajuda
outras pessoas a fazer bem o seu
trabalho. A administração perfeita
está nos céus, porém sabemos que
nenhuma igreja sobrevive sem uma
administração organizada.
Não podemos jamais esquecer que a
igreja é uma organização e um
organismo. É um povo organizado
espiritualmente, socialmente e
economicamente.
O Pastor como Administrador
Gerenciar a igreja de Deus é algo
de grande responsabilidade, e
administrar é:
Prever: É preparar-se para o
futuro, com antecedência, com
programas de ação. É predeterminar
um curso de ação.
Organizar: Reunir meios e recursos
materiais e humanos, distribuindo
racionalmente e de uma maneira
harmoniosa e funcionando como um
todo.
Comandar: Determinando as
providências, para que toda a
organização venha funcionar da
maneira correta e dentro das normas
estabelecidas, tomando decisões,
comunicando, motivando e ajudando
as pessoas a melhorarem suas
atividades e habilidades.
Coordenar: Mantendo o organismo em
funcionamento homogêneo,
proporcionando o perfeito
equilíbrio do sistema operacional e
do desenvolvimento. Assim, evita-se
perda de tempo e complicações
indesejáveis.
Organizar: avaliando, regularizando
o trabalho em andamento e acabado.
Estabelecendo padrões de execução e
correção do desempenho.
O Pastor como Capacitador
Administrar não é a capacidade de
fazer muitas coisas e sim a
“ciência de gerar um organismo”, é
distribuir as responsabilidades e
não “executar todas as tarefas”,
fazendo com que todos participem do
trabalho. Muitos líderes querem
tratar pessoalmente dos detalhes
mínimos da organização da igreja e
se esquecem que o trabalho do
administrador é ajudar no
crescimento das pessoas,
capacitando-as para executar as
tarefas e motivando outras pessoas
para o trabalho.
Os líderes de igrejas que
crescem concentram seus esforços em
capacitar outras pessoas para
ministérios específicos. Líderes
que capacitam seus liderados formam
colaboradores, e não meros
ajudantes. O líder que ajuda os
cristãos de sua igreja a chegar a
medida de plenitude intencionada
por Deus para cada um, certamente é
um líder capacitador, que apóia,
motiva e acompanha os liderados na
tarefa de servir a Deus.
Evidências de um Autêntico Líder
Cristão
Enquanto administra a igreja do
Senhor, o obreiro cristão deve se
distinguir como um autêntico líder;
para tanto, deve ter em mente o
seguinte:
O líder não faz tudo sozinho, mas
delega poderes e distribui tarefas;
O líder não só manda, mas vai na
frente para que seus liderados o
tomem como exemplo;
O líder não tem porque considerar
alguém uma ameaça para sua
liderança, desde que esteja sob a
direção Divina;
O líder não usa de subterfúgios nas
suas ações, mas permite que as
mesmas sejam examinadas a qualquer
hora por quem interessar;
O líder deve estar ocupado não só
na aquisição e conservação do
patrimônio material da igreja, mas,
sobretudo, do bem estar espiritual
da mesma;
O líder respeita o seu liderado e o
trata como co-herdeiro da mesma
esperança.
A FUNÇÃO PASTORAL NA DELEGAÇÃO DE
PODER
A capacidade que as pessoas tem de
realizar é determinada pela
capacidade que tem o seu líder de
delegar poder. O inimigo numero um
da delegação de poder é o desejo de
segurança na função. O líder fraco
pensa que, se ajudar os
subordinados, acabará se tornando
dispensável para a organização.
Delegando Poder
Somente líderes seguros delegam
poder aos outros; só as pessoas que
detêm poder conseguem desenvolver
seu potencial. Se o líder não
consegue ou não quer delegar poder
aos outros, ele cria barreiras
dentro da organização, que as
pessoas não conseguem superar.
Muitas vezes as barreiras
permanecem em pé por muito tempo, e
as pessoas desistem ou procuram
outra organização, onde possam
trabalhar com todo seu potencial.
Este tem sido um sério problema da
igreja nos dias atuais, em que
muitos líderes, com medo de
perderem suas posições, criam
imensas barreiras para que algumas
pessoas, com capacidade de servir
bem em um determinado trabalho, não
venham exercer nenhuma atividade,
simplesmente porque o líder tem
medo de perder a sua posição de
líder.
A Eficácia da Delegação de Poder
Observando a ordem do grande mestre
Jesus, quando enviou os seus
discípulos na grande missão de
levar a sua palavra e o seu Nome a
todos os lugares da terra,
encontramos nesta ordem, uma
delegação de poder para em seu Nome
pregar o evangelho, curar os
enfermos e, de cidade em cidade,
fazerem discípulos. Fundamental
para delegar poder aos outros é
acreditar firmemente nas pessoas.
A igreja de hoje precisa de um
líder de sucesso, que saiba delegar
poder, pois somente um verdadeiro
líder será capaz de treinar outro
líder e enviá-lo a realizar o
trabalho.
3. A FUNÇÃO PASTORAL E OS
DESAFIOS DA IGREJA NOS DIAS ATUAIS
O grande desafio do verdadeiro
líder nos dias atuais é enfrentar
as grandes mudanças que ocorrem na
igreja, os “conflitos de gerações”,
fato este que acontece cada vez
mais na igreja. Nestes conflitos,
os antigos cobram da liderança o
retorno dos “marcos antigos” e os
mais jovens o avanço das “novas
conquistas”, cabendo ao líder
manter o avanço necessário para a
igreja, sem deixar que os
“conflitos” separem as gerações do
maior e principal objetivo da
igreja: anunciar a salvação em
Jesus e ser possuidora de uma vida
regenerada.
Os Desafios dos Relacionamentos na
Igreja
Infelizmente, a cultura que gera
relacionamentos superficiais vem
afetando diretamente a igreja.
Muitas igrejas da pós-modernidade
não estão conseguindo alterar essa
realidade e não conseguem gerar
relacionamentos duradouros. As
igrejas do passado eram como
centros comunitários nas pequenas
cidades e bairros onde se
instalavam, onde se desenvolviam
ambientes de relacionamento e os
laços de amizade eram duradouros.
Hoje, as grandes igrejas agregam
pessoas não só do bairro, mas de
toda a cidade, pessoas habituadas a
relacionamentos fugazes, com pouco
contato pessoal, sem desejo de se
exporem, gente que se encontra aos
milhares, porém de uma forma rápida
e superficial.
As igrejas gradativamente se
convertem de centros comunitários
para centros de auto-ajuda. O fim
disto tudo é quem conseguem
produzir momentos, apenas momentos,
de júbilo, alegria e sensações e
depois despedem as multidões de
volta para a solidão e desespero de
suas vidas.
As Mudanças e a Tensão a Serem
Vivenciadas pela Igreja
Estamos vivendo um período
histórico de transição neste início
de milênio. Trata-se de uma época
de mudanças vertiginosas, profusas
e desestabilizadoras.
Nos dias atuais são mudanças
tecnológicas, culturais,
filosóficas, políticas, etc...
Essas mudanças que ocorrem na
sociedade, não são absolutamente
irrelevantes para a igreja, pois
cria um verdadeiro dilema, e
necessidade urgente de resposta:
Deve a igreja também mudar ou deve
evitar a todo custo qualquer
tentativa de mudança?
Parece um questionamento simples,
porém não é tão simples quanto
parece a princípio, pois se por um
lado á igreja não pode estar
isolada, por outro, há também
limites para as transformações que
possa sofrer.
Se a igreja mantiver um
auto-confinamento, distanciando-se
das mudanças fora de seus limites,
pode ser condenada à estagnação e
ao isolamento dentro de sua cultura
e de quatro paredes, ao passo que
se aceitar as mudanças, sem
qualquer critério acerca das
ideologias, pode ser levada a
secularizar-se.
Por esta razão é necessário um
parâmetro que sirva de guia e
referencial confiável. Tal
parâmetro só pode ser representado
pela Palavra de Deus, cujo crivo
toda mudança deve ser submetida.
Devemos nos lembrar que a bíblia,
já nos ensina que os extremos devem
ser evitados. Nem o fanatismo
legalista nem o liberalismo
inconseqüente.
O Pastor como Agente de
Continuidade e Mudança
Um líder sem uma estratégia é como
um soldado que vai para a guerra
sem um plano de combate: logo
percebe que será derrotado pelo
inimigo.
O Pastor, como agente de
continuidade da obra de Deus,
precisa ser consciente das mudanças
necessárias para o crescimento
sadio da igreja e da organização,
sabendo que não existe nenhum valor
em ser líder apenas para ser uma
foto na galeria de “ex-líderes” de
sua organização. É necessário
marcar época e coragem para
enfrentar e fazer as mudanças.
Os líderes inconformados,
inovadores e que estão realmente
preocupados com as necessidades das
pessoas, serão capazes de marcar
época. São pastores que não querem
apenas ver o tempo passar para
entregar o cargo a outra pessoa.
São aqueles que dominam o tempo e
fazem com que seus projetos
ultrapassem barreiras e fronteiras
Às vezes para se marcar época é
necessários fazer mudanças, e o
nosso mestre Jesus Cristo não
aceitou as tradições, foi um grande
inovador e criou um impacto
espiritual na vida das pessoas,
deixando marcas profundas nas
pessoas no seu tempo e nos dias de
hoje.
O Pastor não pode ser apenas mais
um líder, entre tantos que existem,
ele precisa ser um líder que marque
época, que tenha coragem para dar
continuidade no que é necessário e
mais coragem ainda de realizar as
mudanças que marcarão para sempre a
sua época.
CONCLUSAO: Ao finalizar este
trabalho quero mostrar que ser
Pastor de uma organização e de um
organismo vivo, como a Igreja do
Nosso Senhor Jesus, não é
simplesmente para se ter um emprego
de um “alto executivo”, de grande
“empresário”, mais é ser capaz de
uma total dependência de Deus, é
ser servo, capaz de administrar a
obra de Deus com humildade e
sabedoria, ser exemplo de vida para
os que estão esperando uma
orientação.
Pois quando se trata de Igreja, a
coisa é bem diferente, visto que a
nossa maior responsabilidade não é
simplesmente mostrar os nossos
valores e a nossa capacidade de
servir as pessoas, mas a maior de
todas, é realizar a obra de Deus,
implantando o seu reino e a sua
vontade entre os homens.
BIBLIOGRAFIA
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BÍBLIA SAGRADA. Edição Revista e
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