Um tipo de crença que não conduz à salvação.
Quando Jesus nasceu, grande parte do mundo era dominado pelo Império Romano. Entretanto, Roma permitia a existência de governos locais em várias províncias, inclusive o domínio de alguns reis, como era o caso de Herodes Magno, que governava a Palestina e adjacências (Mt.2).
Embora governasse o povo de Israel, Herodes não era judeu, mas idumeu, ou seja, descendente de Esaú. Ele foi o primeiro de uma dinastia. A bíblia cita seis Herodes. Quando Herodes Magno morreu, seu território foi dividido entre seus 3 filhos: Arquelau, Antipas e Filipe. O sucessor de Filipe foi Agripa I (At.12), que foi sucedido pelo filho Agripa II (At.25.13).
O personagem que nos interessa nesta mensagem é Herodes Antipas, citado em Mateus 14:
“Naquele tempo ouviu Herodes, o tetrarca, a fama de Jesus. E disse aos seus criados: Este é João Batista que ressuscitou dos mortos, e por isso estas maravilhas operam nele. Porque Herodes tinha prendido João, e tinha-o maniatado e encerrado no cárcere, por causa de Herodias, mulher de seu irmão Filipe; Porque João lhe dissera: Não te é lícito possuí-la”. (Mt.14.1-4).
Herodes ouviu falar sobre Jesus, assim como muitos têm ouvido hoje. As notícias chegaram ao palácio, mas o rei não tomou nenhuma iniciativa no sentido de encontrar-se com Cristo. Herodes tinha poder e autoridade. Dinheiro, bens e prazeres estavam à sua disposição. Ele não estava doente, faminto, desempregado nem deprimido. Aparentemente, não precisava de Cristo. É o que pensam muitas pessoas na atualidade. Muitos ouvem o evangelho nos nossos dias. Isso é muito importante e necessário. Contudo, ouvir não é o bastante. A boa notícia exige um posicionamento.
Herodes acreditou no que ouviu. Ele não questionou os milagres que Jesus fazia, mas lhes atribuiu uma explicação curiosa, dizendo que Jesus era João Batista ressuscitado. A fé do rei Herodes era avançada para a sua época. Ele acreditava na ressurreição dos mortos. Contudo, sua opinião estava errada. Jesus não era João. Quantas opiniões erradas sobre Deus e sobre Jesus são ensinadas e defendidas até hoje! A fé do rei Herodes era admirável, mas faltava-lhe o conhecimento. Tomando por empréstimo as palavras de Tiago, perguntamos: “porventura sua fé poderia salvá-lo”? Não.
Não basta que tenhamos uma grande fé. É necessário que ela esteja fundamentada na Palavra de Deus. Caso contrário, será apenas uma superstição, uma crença na mentira.
A fé não é um fim em si mesma. Ela é como o dinheiro que, se for mal aplicado, pode trazer a ruína.
Herodes tinha fé, mas sua vida não era coerente com sua crença. O rei vivia em adultério com a mulher de seu irmão. Uma fé que não produz mudança de vida pouca utilidade terá. Não adianta acreditar em Jesus e continuar no adultério, na prostituição, na fornicação, no engano, no roubo, no homossexualismo ou na idolatria. Esta é a fé do rei Herodes: Uma fé baseada em suposições; uma fé sem arrependimento e sem compromisso com Cristo; uma fé morta.
Uma das maiores evidências de sua vida errada foi o fato de haver matado João Batista. Poderia ter sido perdoado, caso se arrependesse, mas isso não aconteceu.
Herodes foi contemporâneo de Jesus Cristo, mas não tinha consciência desse grande privilégio. Perdeu maravilhosa oportunidade de conviver com o Mestre.
Finalmente, o rei encontrou-se com Jesus antes da crucificação (Lc.23.8). Foi a sua segunda chance. Depois das notícias, o encontro pessoal. Muitas pessoas se encontraram com Jesus em várias situações, mas Herodes estava ali para julgá-lo. O propósito não era certo. Precisamos questionar os motivos que nos levam a Cristo.
Está escrito que Herodes alegrou-se muito ao ver Jesus. A alegria na presença do Senhor é muito boa, mas isso não é suficiente. Seria melhor se Herodes ficasse triste. Seria melhor se houvesse nele algum sinal de arrependimento pelos seus pecados, mas não havia.
Em algum momento ficaremos tristes na presença do Senhor. O arrependimento produz tristeza. Quem nunca se entristeceu pelos seus pecados, não se arrependeu deles.
Herodes tinha fé, mas não se arrependeu, não se converteu nem se tornou um discípulo.
Embora Jesus seja o rei dos reis e Senhor dos senhores, Herodes o via como um súdito. Ele deveria ter reconhecido que o verdadeiro Rei é Jesus, mas não reconheceu.
O que fez em seguida? Escarneceu, zombou de Jesus, e o rejeitou, devolvendo-o a Pilatos (Lc.23.11).
Tendo demonstrando fé no princípio, errou em sua decisão final. Poderia ter libertado Jesus, mas preferiu entregá-lo novamente a Pilatos. Herodes encontrou Jesus, mas não foi salvo.
Ouviu, creu, mas não tomou as decisões corretas sobre Cristo. Quais têm sido as nossas decisões? Que tipo de fé é a nossa?
O rei Herodes haverá de encontrar-se com Jesus novamente no dia do Juízo, não para julgá-lo, mas para ser julgado por ele. Nós também estaremos lá. Qual será nossa situação? Isso dependerá das nossas escolhas hoje. Precisamos reconhecer a Cristo como nosso Senhor, Salvador e Rei, antes que ele volte como juiz.
Pr. Anísio Renato de Andrade.
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