29.3.12

Lei russa de São Petersburgo questiona se direitos gays são direitos humanos?

É certo o governo americano

pressionar o governo russo a ir

contra a vontade de seu povo?

Bryana Johnson

DALLAS, Texas, EUA, 18 de março de

2012 — São Petersburgo, na Rússia,

adotou uma nova política pública

designada a proteger jovens de

exposição à propaganda de grupos

homossexuais. A política tem criado

polêmica entre grupos gays.
Em 7 de março de 2012, o governador

Georgy Poltavchenko assinou a lei

que multará indivíduos em até 170

dólares e empresas em até 17.000

por violarem a medida que proíbe

“ações públicas com o objetivo de

fazer propaganda da sodomia,

lesbianismo, bissexualismo e

transgenerismo entre menores de

idade”.
A lei de São Petersburgo também

inclui emendas que introduzem

punições mais rigorosas para a

pedofilia.
Aplaudindo a recente legislação, a

Igreja Ortodoxa Russa está pedindo

uma proibição semelhante na Rússia

inteira. Dmitry Pershin, diretor do

conselho juvenil da Igreja Ortodoxa

Russa, diz: “temos de ajudar a

proteger as crianças de

manipulações de informações de

minorias que promovem a sodomia”.
Foto: Policial russo detem um homem

vestido de noiva durante protesto

gay em Moscou. Crédito: AP Images
Respondendo à intenção do ativista

homossexual Nikolay Alexeyev de

organizar comícios de protestos

perto de estabelecimentos infantis,

Pershin diz que “a persistência das

minorias sexuais e sua intenção de

fazer comícios perto de

estabelecimentos de crianças indica

que essa lei regional é muito

necessária e tem de receber status

federal com urgência”.
Os grupos gays estão descontentes e

gritando por indenizações contra o

governo de São Petersburgo. Em 2011

a organização militante LGBT AllOut

conseguiu pressionar o site de

serviços financeiros PayPal a

fechar a conta do blogueiro cristão

anti-agenda gay Julio Severo,

suspendendo acesso aos fundos.
Agora, essa organização está

protestando e chamando essa lei de

“lei do silêncio” que “amordaça

artistas, escritores, músicos,

cidadãos e visitantes”, e eles

dizem que não vão lá, ameaçando

boicotar viagens à cidade russa.
Por estranho que pareça, outra

instituição se uniu a eles

expressando condenação: o

Departamento de Estado dos EUA.

“Direitos gays são direitos humanos

e direitos humanos são direitos

gays”, declara o site oficial do

Departamento de Estado, citando a

secretária Hillary Clinton.
“Estamos exortando as autoridades

russas para protegerem essas

liberdades, e para fomentarem um

ambiente que promova respeito pelos

direitos de todos os cidadãos.

Temos também consultado nossos

parceiros da União Europeia sobre

essa questão. Eles têm as mesmas

preocupações que temos e também

estão abordando as autoridades

russas nessa questão. Os Estados

Unidos dão grande importância ao

combate à discriminação contra a

comunidade LGBT e todos os grupos

minoritários”.
A Rússia não gostou da

interferência do governo dos EUA.

“Vemos com espanto as tentativas

dos EUA de interferir, e ainda por

cima publicamente, no processo

legislativo”, Konstantin Dolgov,

representante de direitos humanos

do ministério das relações

exteriores, disse para a agência

noticiosa Interfax, acrescentando

que não há “absolutamente nenhuma

discriminação na lei russa na

aplicação de direitos humanos

civis, políticos, sociais,

econômicos e culturais, inclusive

na base da orientação sexual”.
Dolgov explicou que “as iniciativas

legislativas dos órgãos regionais

de autoridade… têm o proposito de

proteger os menores de idade da

propaganda correspondente…

Evidentemente, a decisão levou em

consideração os valores culturais e

morais tradicionais que prevalecem

na sociedade russa, considerações

da proteção da saúde e moralidade

pública, e a inadmissibilidade da

discriminação por meio do incentivo

dos direitos e interesses de um

grupo social sem a devida

consideração pelos direitos e

interesses dos outros”.
No final das contas, Dolgov estava

muito bem informado. Por mais que

possa parecer chocante para a

secretária Clinton, os russos, em

geral, não gostam de exibições

públicas da homossexualidade e

muitos acreditam que os atos

homossexuais são imorais e

prejudiciais à saúde.
Uma pesquisa de opinião pública do

Centro Levada em Moscou revelou que

74 por cento dos russos consideram

a homossexualidade como resultado

de más escolhas morais. É certo o

governo dos EUA pressionar o

governo russo a ir contra a vontade

de seu povo?
Se o governo russo estivesse, de

fato, violando direitos humanos, a

resposta certamente seria sim.

Contudo, o ponto principal é que

embora a liberdade de expressão, os

direitos de propriedade, o direito

a um julgamento justo, liberdade de

violência injustificada, liberdade

de servidão involuntária, etc.,

sejam direitos humanos, liberdade

de expressão sexual em vias

públicas e na presença de crianças

não é, e categorizá-la como tal

banaliza os reais abusos e

injustiças de direitos humanos

cometidos todos os dias no mundo

inteiro.
“Mantenha o governo fora de seu

quarto de dormir!” se tornou um

lema de ativistas gays e

abortistas, que se irritam com o

que veem como excessiva legislação

da atividade sexual. O governo

russo tem se retirado do quarto de

dormir.
Agora, porém, esses ativistas não

mais estão satisfeitos em confinar

suas polêmicas ao quarto de dormir,

mas continuam insistindo em

arrastá-las para fora, para

exibição pública. A questão é que

grande parte do que eles desejam

ostentar não é nada apropriado para

exibição pública em primeiro lugar.
Os direitos gays são direitos

humanos? Apenas na medida em que

esses direitos são os mesmos

direitos concedidos a todas as

outras pessoas. Portanto, embora os

direitos dos gays de ter igual

proteção da lei sejam direitos

humanos, os “direitos” deles a

paradas que simulam sexo explícito

em lugares públicos ou de doutrinar

crianças contra os desejos de seus

pais não são absolutamente direito

algum.
Traduzido por Julio Severo do

artigo do jornal The Washington

Times: St. Petersburg Russia law

questions if gay rights are human

rights?
Fonte: www.juliosevero.com

Nenhum comentário: