3.6.11
O ALERTA DE CRISTO
O ALERTA DE CRISTO: OS CAMPOS BRANCOS PARA A CEIFA
João 4.31-42
INTRODUÇÃO:
No capítulo 4 do Evangelho de João vamos encontrar Jesus junto ao poço de Jacó, nos arredores da cidade samaritana de Sicar, uma região onde se concentravam muitos campos de trigo. Em certo momento muitas pessoas vieram ter com Jesus, despertadas pela mulher samaritana, que tivera com Ele um encontro singular. Jesus aproveita este episódio para mostrar aos discípulos, entre outras coisas, a importância da salvação, da colheita e do regozijo do semeador e do ceifeiro.
Em Israel o tempo da ceifa começa em abril e acaba em princípios de junho. Permeia o espaço de três meses entre a semeadura e a primeira colheita; e um mês entre a primeira ceifa e a colheita completa. A cevada tem já a espiga cheia em todo o território da Terra Santa, no começo de abril. E nos meados do mesmo mês começa a tornar-se loura (branca), particularmente nos distritos do sul. Os segadores na Palestina e na Síria fazem uso da foice para cortar o trigo quando o caule está em boas condições; mas quando pequeno, é costume arrancá-lo com as mãos pelas raízes. Eles fazem isto para que não se perca coisa alguma da palha, que serve para alimentação do gado. Os ceifeiros vão para o campo de manhã, muito cedo, e voltam à tarde para suas casas. Levam consigo a comida, a água em cabaças ou em vasilhas de couro, que eles chamam de odre. Andam com eles na colheita os seus próprios filhos, ou outras pessoas contratadas e ainda outros que vão apanhando tudo aquilo que, pela maneira descuidosa de ceifar, fica para trás. (Mt 20.1, Lv 19.9).
Jesus faz uma interessante comparação com a lavoura, ensinando algo maravilhoso sobre a importância e a urgência em anunciar o Evangelho.
I – OS ASPECTOS DA BOA COLHEITA.
a) Existe um tempo certo para a colheita. Deus tem o momento certo para todas as sementes que você plantar – sementes boas e sementes más. ELE tem uma época para cada semente que plantamos. Sua época nem sempre é a nossa (Jo 4.35), algumas vezes a “época certa” significa retorno rápido, como o milho; outras vezes significa um processo de retorno lento, que pode demorar anos, como a jabuticaba. Pode até mesmo demora uma vida - a jaqueira leva quase dez anos para produzir o primeiro fruto. Por isso podemos compreender que, primeiro, Deus fará com que haja uma colheita das nossas sementes que receberam o crescimento do próprio Deus (1Co 3.6,7). Segundo, nunca é cedo ou tarde demais, O Senhor está sempre certo em relação ao tempo e o propósito para com o coração do homem (Is 55.8-11). Terceiro, nossa colheita terá a mesma natureza das sementes semeadas: as boas trarão boas colheitas, as más trarão colheitas perdidas, inúteis e frustradas (Gl 6.7).
b) Só haverá colheita se houver semeadura. O tempo de semear é durante a nossa vida. A lei da semeadura está no centro da evangelização mundial. Em João, no capítulo 4, Jesus declara um “agora” divino para o período do nosso trabalho para a colheita de almas (Jo 4.35-38). Aqui somos lembrados de que a nossa vida é o nosso “momento de semear”, e, conseqüentemente, a colheita de nossa vida renderá inúmeras vezes o fruto da semente plantada (Mt 13.23). A semeadura não é obrigatória, mas a colheita, essa não tem como ser evitada. Paulo escreve aos gálatas: “Tudo que o homem semear isso também ceifara”. A palavra de Deus ainda nos diz: “E não cansemos de fazer o bem, porque no seu tempo ceifaremos se não houvermos desfalecido” (Gl 6.9). Devemos nos preocupar em semear somente aquilo que desejamos colher e o Senhor da Seara garantirá que a colheita chegue no momento certo.
c) O cuidado com as sementes deve ser constante. A bíblia está dizendo no livro de Eclesiastes: “Pela manhã, semeia a tua semente e, à tarde, não retires a tua mão, porque tu não sabes qual prosperará; se esta, se aquela ou se ambas igualmente serão boas.” (Ec 11.6). Este versículo denota o cuidado que devemos ter com nossas sementes e com a lavoura. O apóstolo Paulo até compara a igreja do Senhor a uma lavoura (1 Co 3.9). O inimigo, nosso adversário, não dorme, acusa os escolhidos de Deus dia e noite e ainda tenta constantemente roubar as sementes que foram lançadas no coração dos homens (Ap 12.10, Mt 13.4,19). Devemos ter em mente que a nossa missão é cuidar para que a semente alcance os corações e que a seara é realmente grande e poucos são os ceifeiros. (Mt 9.37).
II – PORQUE OS CAMPOS JÁ ESTÃO PRONTOS?
a) Porque sempre que houver semeadura haverá ceifa. Esta lei da natureza é imutável. A palavra de Deus diz que enquanto a terra durar, sementeira e sega, e frio e calor, e verão e inverno, e dia e noite não cessarão (Gn 8.22). Então entendemos que Deus estabeleceu o principio da semente e a lei da semeadura e da colheita. A primeira ação de Noé após o dilúvio foi edificar um altar e sacrificar ao Senhor. Deus agradou disso e fez promessas à humanidade através da fé do seu servo. Ele também instituiu a Lei da semeadura e da colheita. Quando Deus criou o primeiro ser vivente, ele concedeu-lhe a habilidade de crescer e multiplicar-se. Como? Através da semente. A vida começa através da semente e todos os atos da vida nascem dirigidos pelo principio da semente. E isso acontece dependendo da boa ou má semente que for plantada, independente do semeador estar consciente ou não do que está plantando. Esse principio também é imutável: se semeamos agora teremos que colher porque está é a lei.
b) Porque estamos na última hora. Todos os sinais nos apontam que estamos no “principio de dores”, das fomes, pestes, terremotos, guerras, do amor de muitos se esfriando e diversos outros sinais que estão norteando a historia da humanidade trazendo grande aflição e desespero a muitos corações (Mt 24.6-8). Estamos em uma época em que as enfermidades psicológicas e espirituais estão assolando milhares de pessoas pelo mundo afora; a Bíblia diz que “neste tempo do fim” Deus enviará seus anjos com rijo clangor de trombeta, os quais ajuntarão os seus escolhidos desde os quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus. (Mt 24.31). Por isso nós, como Igreja do Senhor, devemos empenhar em buscar as almas, pois a vontade de Deus é que “nenhum dos escolhidos se percam” (Jo 4.39).
III- COMO PARTICIPAR DA COLHEITA?
a) Atendendo ao chamado divino. A palavra de Deus diz que grande é a seara e poucos são os ceifeiros (Mt 9.37), por isso o Senhor continua a convocar trabalhadores para sua seara (Mt 4.19). Desde o inicio dos tempos Deus sempre contou com a colaboração dos homens para trabalhar em sua seara, recompensando-o justamente conforme o seu querer (Mt 20.1.16). O apóstolo Paulo, falando ao rei Agripa, diz que não foi desobediente a visão celestial, antes anunciou Jesus Cristo aos que estão em Damasco, em Jerusalém, por toda terra da Judéia e aos gentios que se emendassem e se convertessem a Deus, fazendo obras dignas de arrependimento (Atos 26.19,20), ou seja, Paulo, mesmo sendo um Israelita nato, fariseu criado aos pés de um dos maiores eruditos – Gamaliel - deu ouvidos ao chamado do Senhor Jesus Cristo abandonou tudo e entregou sua vida por completo ao Deus Vivo. (At 22.13, Fp 1.21).
b) Tendo compromisso com o dono da seara. Em Atos 26.19 podemos observar que Paulo estava totalmente comprometido com o seu chamado para pregar o Evangelho e estabelecer igrejas pelo mundo, até os confins da terra. Ele viveu o que escreveu, que “os dons e a vocação de Deus são sem arrependimento e irrevogáveis. (Rm 11.29). Sua vida demonstrava três conceitos básicos de liderança: Primeiro, ele estava comprometido com os objetivos e com o espírito de seu chamado (Fp 3.7-8). Segundo, Paulo traduzia seus objetivos para a vida de seus seguidores (II Tm 2.1-2) e mostrava-se paciente em toda a dificuldade encontrada para alcançar esse fim (2 Co 4.8-11; 11.23-33). Terceiro, ele estava aberto a mudanças, adaptou-se à mudanças culturais, sociais e políticas (I Co 9.19-22). Quando se tem compromisso com o dono da seara, devemos esquecer das coisas que para trás ficam e olhar para o autor e consumador de nossa fé, sabendo que Ele nos confiou uma tarefa nobre: evangelizar e trazer homens e mulheres para o seu reino. Portanto devemos caminhar sem olhar para trás (Lc 9.62), pois, se depois de trabalhar para o SENHOR e no final desistirmos, não receberemos o nosso galardão.
c) Aplicando novas estratégias para uma colheita maior. Na época de nossos ancestrais a maneira de cultivar a terra e de colher os frutos era bem diferente de hoje. Usavam-se carros de boi, arados manuais ou puxados por animais. Semeava-se com as mãos ou com ferramentas antiquadas; a terra era trabalhada quase sem fertilizantes e o homem tinha que observar as estações do ano para plantar e colher, sempre dependendo de muita chuva e, geralmente, a colheita era feita uma vez por ano. Hoje vivemos uma época diferente, até mesmo no campo, onde primeiramente é feita uma analise da terra para determinar qual o tipo de fertilizante será usado naquele terreno. As sementes são selecionadas para que se possa ter maior rentabilidade; o campo é lavrado com maquinas de ultima geração, que não perde nem um só pedaço de terra. Sistemas de irrigação e estudos detalhados do solo fazem a terra produzir praticamente o ano inteiro, e na hora da colheita a perda é quase mínima. Assim também deve ser a igreja do Senhor, devemos utilizar todos os meios para alcançar as almas perdidas (I Co 9.19-22) Devemos modernizar sem mundanizar, renovar sem inovar; não podemos nos acomodar achando que já estamos fazendo demais, lembre-se que se fizermos só o que nos é mandado seremos considerados servos inúteis (Lc 17.10). Hoje, enquanto nossos jovens estão cada vez mais informados - internet, livros, revistas, radio, TV; e capacitados - cursos, faculdade, pós-graduações; alguns se dão ao luxo de pensar que já sabemos demais e que não precisamos estudar aprimorar, aprender, esforçar e crescer. Devemos estar sempre alerta porque os campos já estão prontos para ceifa e se nossa geração não despertar para esta grande ceifa, Deus certamente levantará outros em nosso lugar.
CONCLUSÃO
Depois do tempo do cultivo todo fruto cresce, amadurece e, agora, tem que ser colhido. Certamente o ano de 2011 será como jamais houve outro, aonde dezenas, centenas e milhares de pessoas virão aos pés do Senhor Jesus Cristo. Que todos nós possamos ter entusiasmo para participar desta colheita fantástica. É triste quando vamos pescar e só o companheiro pega peixe. Há um sentimento de frustração e incompetência por não conseguirmos pescar também. Portanto, precisamos estar com as redes consertadas, anzóis afiados, iscas vivas e chamativas, porque com certeza 2011 será, em todos os sentidos - espiritual, familiar, financeiro, físico, profissional, o ANO DA COLHEITA.
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