A Existência de Deus
Cada um dos diferentes nomes usados na Bíblia para referir-se a Deus revela uma de suas características.
mano uma idéia de Deus, não por causa de qualquer instrução de outro ente humano, mas por¬que o próprio Deus que criou o ser humano depo¬sitou dentro dele a idéia de Sua existência. Por isso,
se um recém-nascido for colo¬cado em um lugar onde nunca poderá receber qualquer ins¬trução de outro ser humano, crescerá com a idéia, embora imperfeita, da existência de Deus.
É uma coisa notável que em parte alguma das Escrituras Sagradas procura-se de¬monstrar a existência de Deus, nem se trata tampouco de ensiná-la como verdade medi¬ante afirmação categórica: aceita-se simplesmente a idéia como verdade muito antes admitida. Disso conclui que a existência de Deus já era tão claramente manifes¬ta aos séculos primitivos que ninguém ousava negá-la ou pô-la em dúvida.
Deus criou o serhumano e colocou dentro dele a idéia de Sua existência.
Nos primeiros séculos os homens universalmente con¬sideravam a existência de
Deus como uma verdade já admitida. O homem ficou naqueles tempos primitivos tão fortemen¬te impressionado com tão importante verdade, que facilmente compreendemos o próximo e rico relacionamento entre o primeiro casal e o Cria¬dor no jardim do Éden. Adão foi admitido livre¬mente à presença divina, e ao mesmo tempo deve ter sentido profundamente na sua alma imaculada a certeza da existência de Deus e de sua perfeição. Vê-se, pois, que o seu conhecimento de Deus teve origem tão direta e podero¬sa que ser-lhe-ia impossível duvidar da existên¬cia daquele que tratava diretamente com ele.
A IDÉIA DA EXISTÊNCIA DE DEUS JÁ NASCE COM O SER HUMANO?
Tão universal era e ainda é hoje a crença na existência de Deus, que muitos teólogos têm con¬cluído deste fato que a idéia de Deus é inata, isto é, existe naturalmente na inteligência do ser hu¬-
volvido em trevas impenetráveis todas as idéias do poder Supremo e Controlador.
É verdade bíblica que o mundo não conheceu a Deus pela sabedoria (lCo 1.21), e pode-se duvi¬dar que a simples razão huma¬
na sem auxílio da Revelação poderia originar a idéia da exis¬tência de Deus, e muito menos sondar sua natureza. Os mais sábios filósofos pagãos confessaram que deviam as doutrinas mais sublimes e importantes sobre este assunto à tradição.
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Que um fato tão interessante e importante como o conhecimento da existência e da natureza de Deus seria cuidadosamente transmitido de pai para filho por todas as gerações sucessivas des¬
de Adão até Noé, é coisa que se entende e era de se esperar. Para que a corrente da verdade religiosa que acabamos de ver nascer no Paraíso não se perdesse nem se desperdiçasse inteiramente, nem ficasse contaminada pelo erro, foi necessário ela ser engrossada pelos afluentes que provinham das comunicações divinas a Enoque e a Noé.
Foi por isso que depois da destruição geral da raça ímpia pelo dilúvio, e quando a arca pousou em cima dos montes de Ararate, o patriarca e sua família puderam sair mais uma vez para colocar¬se em terra firme e construir um altar consagrado ao Deus vivo e verdadeiro. Graças a essa família a luz da Revelação pôde facilmente acompanhar as tribos dispersas nas suas viagens errantes e exten¬sas' proporcionando-Ihes, pelo menos, débil vis¬lumbre da verdade e remindo-as da ignorância grosseira e estúpida que de outra forma teria en¬-
Adão obteve as
Provas mais concretas e
Objetivas sobre a existência de
Deus.
A Existência de Deus
A razão humana, sem o auxílio da Revelação, jamais poderia obter sólidas evidências da existência de Deus.
As mais lisonjeiras teorias dos homens em relação ao que a razão humana se orgulha de ter con¬seguido a este respeito não passam de meras hi¬póteses e conjecturas. Em período algum da história humana há exemplo de filósofo que manifestasse a pretensão de ter adquirido a idéia pri¬mitiva da existência de Deus por meio de investi¬gação racional. Em todos os casos em que se usa raciocínio destinado a demonstrar a existência de Deus, não é possível chegar ao conhecimento do fato como verdade original, e sim simplesmente consegue-se fortalecer e confirmar verdade já co¬nhecida e admitida.
Se admitíssemos que o homem estivesse co¬locado em uma situação tão absolutamente pri¬vada da luz da Revelação que ficasse sem a idéia de Deus, seria difícil admitir que ele tivesse capa¬
cidade de, por si só, através do raciocínio, chegar à conclusão da existência do que lhe era totalmente desconhecido.
Nessas condições ele an¬daria às apalpadelas no meio das mais densas trevas, sem adiantar nem sequer um pas¬so na aquisição do conheci¬
mento da existência ou da natureza do Criador, conservando-se nessa ignorância até que tombas¬se morto como as bestas que perecem. Entretan¬to, é evidente, à vista do que afirmam as Escrituras, que rodeados como nos encontramos pela luz da Revelação em todo o seu esplendor, ou mes¬mo como em geral acontece com as nações pa¬gãs apenas auxiliadas pelo vislumbre da tradição, podemos ver nas obras da natureza através das nossas faculdades racionais no mundo que nos rodeia, numerosas provas que demonstram a existência de Deus.
Nenhuma
Investigação racional tem sido
Capaz de provar cientificamente a
existência de Deus.
AS TRÊS FONTES DAS PROVAS DA EXISTÊNCIA DE DEUS
Acham-se provas da existência de Deus nas se¬guintes fontes:
. No fato de ser esta a cren¬ça universal entre as na¬ções da terra,
. Nas obras da Natureza,
Estamos rodeados
de provas que confirmam a
• Nas Escrituras Sagradas.
Primeiramente demonstramos a existência de Deus considerando a universalidade
Desta crença entre as nações da terra. Desde épo¬cas remotas têm-se encontrado provas da existên¬cia de Deus. Não há século tão antigo nem país tão longínquo nem povo tão bárbaro que não apresentem testemunhos de sua crença na exis¬tência de Deus.
existência de Deus.
Quando as "águias de Roma" penetraram na maior parte do mundo povoado, em parte algu¬ma encontram o ateísmo. Pelo contrário, a gran¬de variedade de deuses que foram sendo levados para Roma, e cujo número foi aumentando após as vitórias conseguidas pelas armas romanas, de¬monstrava que não havia nação sem a crença em um deus. E depois que foram descobertas novas
regiões do mundo, os povos dessas regiões, seja qual tenha sido a divergência nos costumes e nos cultos, todos revelaram a observância de cerimô¬nias religiosas de alguma espécie, e o reconheci¬
mento da existência de ao menos uma divindade ou do verdadeiro Deus.
Mesmo nas regiões mais antigas e atrasadas da terra,
Qual teria sido, portanto, a origem desses povos na Di¬vindade? O mundo antigo era composto de nações que di¬vergiam totalmente na histó¬ria e na índole, nos usos e cos¬tumes, separadas umas das outras por montanhas e por mares, pelas areias ardentes e pelas neves das montanhas, e sem co¬municação entre si durante séculos. Porém, to¬das sempre concordaram na crença da existência de um Poder Supremo e controlador de tudo.
Como se explica esta harmonia nas crenças? Vemos, é verdade, muita diversidade, tanto no número como no caráter das divindades adoradas no mundo pagão. Algumas nações prestam culto a um só Deus Supremo, ao passo que ou¬tras elevam a milhares o número dos seus deu¬ses, repartindo entre os diversos membros dessa numerosa família a direção do universo, mas em
nunca foram
encontrados povos
ateus.
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geral reconhecendo a supremacia de Um sobre to¬dos os demais, quer aquele se intitule Jeová, Júpiter ou Tupã.
Entretanto, neste enorme amontoado de in¬
coerências contraditórias e ab¬surdos que se notam na mito¬logia pagã e no culto idólatra, há harmonia em relação a um ponto: todos concordam na existência de um ou mais deu¬ses que dirigem os destinos do
Em que aspecto os falsos deuses
provam a existência do verdadeiro
Deus?
universo.
Todos os homens (com al gumas exceções) crêem na existência de algum Ser superior a eles, a quem são tementes e reverentes. O fato de ser esta crença tão geral é em si mesma um argumento poderoso em favor da ver¬dade dela. Seria muito estranho que a raça huma¬na fosse unânime em manter-se crendo em uma falsidade.
O número de deuses falsos no mundo oferece por si só uma prova forte a favor da existência de um Deus verdadeiro, do mesmo modo em que moedas falsificadas testemunham sobre a existên¬cia de uma moeda verdadeira. Como seria impos¬sível a falsificação de uma moeda que jamais tives¬-
se existido, da mesma forma a idolatria seria coisa impossível se não existe um Deus verdadeiro.
A única solução desta questão está na admis¬
são de que todas as nações tiveram primitivamente uma origem comum, e antes da sua dispersão possu¬íam um sistema de doutrina e culto religioso, tradição de que nunca se esqueceram to¬talmente durante todas as suas extensas e prolongadas peregrinações. Porém, ainda faltará explicar a origem des¬sa tradição. De onde provie¬ram esses conhecimentos religiosos, essa idéia da existência de um Deus providencial e controlador de tudo?
Mesmo nas nações politeístas, existe a crença em um Ser Supremo, maior que os demais.
Se admitirmos que Deus revelou-se primiti¬vamente ao homem fica desde logo resolvido o problema. Porém, se negarmos essa proposição vagaremos para sempre no meio de incertezas e conjecturas. Desta forma colhemos das provas que vêm dos testemunhos das nações da antiguidade uma forte convicção a favor da existência de Deus.
Se o ateu disser que o homem naturalmente não tem idéia alguma a respeito da existência de
um Ser Superior, e que esta idéia foi uma inven¬ção' então como explicar o fato de diferentes tri¬bos e nações tão antigas e completamente sepa¬radas umas das outras terem chegado tão
universalmente à conclusão
de que há um Ser Superior ao homem, e que esse ser dirige o Universo? Essa conclusão uni¬versal é uma prova fortíssima a favor da existência desse Ser Supremo.
Por si só o homem seria in¬capaz de criar dentro de si a idéia clara da existência de
Deus. Portanto, o fato de a humanidade ter uni¬versalmente a idéia da existência de um Ser Su¬perior prova conclusivamente que o ser humano recebeu esta idéia diretamente desse Ser Supe¬rior, e por isto esse Ser existe.
Consideremos a seguir as provas da existên¬cia de Deus nas obras da Natureza.
Desta fonte podemos tirar conclusões que refutam os ataques da incredulidade e do ateís¬mo. "Os céus proclamam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (SI 19.1); "Porque as suas coisas invisíveis, tanto o seu eterno poder, como a sua divindade, se entendem,
Nações antigas e separadas umas das outras chegaram à mesma conclusão de que existe um Ser
Supremo.
e claramente se vêem pelas criaturas desde a cria¬ção do mundo" (Rm 1.20).
Ao criar o universo,
Deus imprimiu nele rastros suficientes
para comprovar Sua existência
universo. Não podemos duvidar da nossa existên¬cia nem da existência do mundo ao nosso redor.
Contemplemos o imenso Universo. De onde vieram aqueles enormes planetas que giram com
grandeza solene? De onde vie¬
ram os oceanos e continentes da terra? De onde vieram to¬dos os seres que os habitam?
Todo efeito deve ter uma cau¬sa suficiente, e será possível que possa existir sem causa obra tão estupenda? Teriam surgido espontaneamente o Universo e todas as maravilhas da Terra e do Céu?
As maravilhas e grandiosiciades cio
universo jamais poderiam ter surgido por acaso.
Consideremos agora a existência de Deus a partir do fato da nossa própria existência.
Nós existimos. Devemos a nossa existência a
nossos pais, estes devem-na aos seus, e assim re¬troativamente. Ou a raça humana é eterna, ou a cadeia da qual pais e filhos são elos termina em nossos primeiros pais.
Não podemos acreditar que a raça humana seja eterna, porque seria supor que um elo dessa cadeia fosse sustentado por outro sobreposto, e
este ainda por outro, e assim por diante, infinita¬
mente. Temos, portanto, necessidade de admitir
A Palavra inspirada declara que "disse o nés¬cio no seu coração: Não há Deus". É de fato nés¬cio aquele que depois de contemplar o mundo material ao seu redor, nega que ele seja produto de uma Inteligência Superior e controladora do
Embora muitas das verdades expostas pela
Revelação sejam demasiadamente profundas para compreensão da sabedo¬ria humana, nada do que está na Bíblia contradiz os princí¬pios da verdadeira filosofia ou da razão esclarecida. Dentro da ciência teológica não há outro ramo que mais tenha ocupado a atenção dos teólo¬gos do que aquele que trata da
demonstração da existência de Deus. Deste as¬sunto têm largamente tratado muitos dos teólo¬gos mais doutos. E tão satisfatório é o raciocínio que eles empregam, que aquele que examinar a milésima parte do que tem sido escrito sobre o assunto e ainda declarar-se ateu não será digno de ser chamado de criatura racional.
a existência de um primeiro elo fIxo que sustenta todos os outros. Assim, o encadeamento leva-nos até o primeiro homem, progenitor da raça huma¬na, e a não ser que ele tenha tirado a sua existên¬
cia de si mesmo, é necessário procurar uma causa de sua existência. Como veio ele a existir?
Temos de admitir que houve um primeiro homem e uma mulher ini ciando a raça humana. Eles tiveram um Criador.
Os evolucionistas têm fei¬to muito barulho sobre a su¬posta evolução do homem de algum germe. Ele teria sido desenvolvido de período em período, resultando primeiro
em um animal qualquer, em seguida em maca¬co' e fInalmente em homem. Desde que a teoria de Darwin sobre a origem das espécies deu seus primeiros passos, tem-se procurado os elos inter¬mediários que fariam a suposta ligação do ho¬mem com o macaco. Mas até agora o proto-ho¬mem, o proto-anthropos não foi descoberto.
Não há evidência de que qualquer espécie te¬nha evoluído por transição gradual de alguma es¬pécie inferior. Procurando, portanto, a origem de qualquer espécie de vida, chegamos, como no caso do homem, aos primeiros indivíduos da espécie. Qual é, pois, a causa da sua existência?
Somos levados a crer na existência de uma Causa Primária, necessária e existente em si mes¬ma, e a não ser que adotemos a teoria da evolução, temos necessariamente de procurar esta causa não na matéria, mas fora dela.
Tudo o que existe requer a existência de uma Causa
Visto que existimos, e que não somos a causa primária da nossa existência, nem os nos¬sos primeiros pais podiam ter originado a si mesmos, e visto que a teoria da evolução pres¬supõe um germe criado, e que
este germe pressupõe um Cri¬
ador, e visto ser impossível que a matéria origi¬nasse o movimento, diante disso concluímos:
Primária anterior a
tudo. Essa Causa É
Deus.
.
Que a Causa Primária do movimento Criador deve ser uma mente independente e acima da matéria:
Que nossa existência é obra dessa mente in¬dependente:
Como seria coisa impossível que essa mente agisse sem que primeiramente existisse, logo vemos a existência de Deus demostrada como a Causa Primária de nossa própria exis¬tência.
.
.
"Eu tenho interrogado a terra", diz Agostinho, numa passagem admirável de suas Confissões, “e ela respondeu-me: Eu não sou teu Deus, e tudo que se acha nela me respondeu da mesma forma”.
Interroguei o mar e seus abis¬
mos e tudo o que neles vive, e todas essas criaturas responde¬ram: Não somos teu Deus, pro¬cura mais acima. Interroguei o vento que passa e a atmosfera com todos os seus habitantes, e a resposta foi: Não somos Deus. Interroguei os céus, o sol, a lua e as estrelas, e todos responderam: Não somos o Deus que procuras.
Então eu disse a tudo o que me rodeava: Vocês
I
dizem que não são meu Deus; pois bem! Então
digam-me alguma coisa sobre ele. E todas as coi¬sas exclamaram a uma só voz: Ele nos criou!"
A existência de Deus é provada pela existência
do mundo e das coisas que se vêem ao nosso redor.
O mundo teve um princípio. De onde ele veio?
Criou-se a si mesmo? Os que não admitem nada além do mundo são forçados a crer que o mundo auto criou ¬se. Mas onde está esse poder Criador? Todas as forças que nós conhecemos são limitadas. Nenhuma delas podia ser cri¬adora. Não seria esse poder o resultado da soma de todas es¬
tas forças? Mas uma soma de
grandeza finita não dá nunca senão uma grande¬za finita. Cada força da natureza depende de todas as outras; sua soma não poderia constituir uma força independente.
Todas as causas são causas secundárias; sua soma não pode ser causa primária. Logo, é preci¬so admitir acima deste mundo de seres, de forças e de coisas finitas um poder, uma causa supre¬ma, última e absoluta, pela qual este mundo finito foi criado.
Como o mundo não
se autocriou
todas as forças que
nós conhecemos
são limitadas, a
existência de Deus
é necessária_
Tudo o que há na terra e nos céus
anuncia a existência
de Deus.
Tudo que existe no mundo nos anuncia clara¬mente o Deus Criador. Porque todas as coisas que se vêem em algum momento começaram a exis¬tir. Ora, ou elas criaram-se a si mesmas, ou tive¬ram existência por um mero acaso, ou então foram criadas por um outro Ser.
Criar-se a si mesmo é uma contradição, por¬que pressupõe que um ser pode agir antes de exis¬-
O que buscamos além do mundo, o que o mundo nos faz pressentir é Deus, o Deus pessoal, o Poder pessoal que conserva o mundo.
milhares de sons articulados de suas criaturas in¬teligentes' dizendo claramente: - Há um Deus que criou todas estas coisas.
A Sabedoria que se observa na ordem e orga¬nização da natureza é mais
uma prova da existência de
Deus.
Os desígnios de Deus, que podem ser vistos na constitui¬ção'na harmonia e no governo do universo visível, provam a existência de Deus. As evi¬dências deste desígnio são ób¬vias demais para serem nega¬das. Desígnio (que significa propósito, intenção) implica em um designador existir antes da coisa designada.
O ateísmo deste século baseia-se principal¬mente na absurda presunção de que a natureza exclui dela a idéia da existência de Deus. Porém, não há convicção mais clara do que a seguinte:
- Que a inteligente direção que se manifesta por toda parte indica a presença de uma mente Su¬perior, e que a tudo controla.
Se um náufrago chegasse a uma ilha e desco¬brisse impressa na areia uma figura geométrica, concluiria que a ilha é habitada. E se de uma
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A Existência de Deus
tir, OU que um efeito é a sua própria causa. O fato de se escrever matéria com M maiúsculo e dizer que ela é Deus não remove dificuldade alguma, e sim cria muitas.
Nada criou a si mesmo, e nada surgiu por acaso. Não há como negar que tudo aponta para a existência de Deus.
Ser criado pelo acaso é um absurdo. Dizer que uma coisa existe e que não houve ne¬nhuma causa para sua exis¬tência é um absurdo maior ainda.
Enfim o ateu, para conser¬var-se ateu tem de acreditar em mil anomalias que ele não pode conciliar com a razão.
Tem de aceitar contradições e impossibilidades inumeráveis; e tudo isto para que ele possa esca¬par das conclusões naturais e verdadeiras da sua própria razão, para que ele possa fechar os seus olhos contra a luz que brilha em todo lugar ao seu redor, de satélites e planetas, de sóis e sistemas, proclamando a existência e a glória de Deus. Po¬rém, o ateu prefere fechar os olhos e tapar os ou¬vidos contra as vozes que aqui e ali levantam-se na música harmoniosa da natureza, no sussurro dos insetos, no trinado dos pássaros, no murmú¬rio das águas correntes, no rugido medonho do mar, dos trovões e tempestades, e nos milhares e
o ateísmo afirma
que a natureza exclui a idéia da
existência de Deus.
Mas a natureza
proclama que não.
evidência tão insignificante como uma figura geométrica desenhada na areia, uma pessoa che¬gasse à conclusão de que a ilha é habitada, muito mais a ordem e a harmonia perfeitas que são vis¬
tas nos grandes sistemas sola¬res do Universo, mostram que eles são dirigidos por um Ser in teligen te.
Conta-se que o grande as¬trônomo Kircher tinha um amigo que negava a existên¬cia de Deus. Certa vez Kircher usou o seguinte método para
convencer o amigo de que ele
estava errado: conseguiu um belo globo com a re¬presentação dos céus estrelados, e o colocou em um canto da sala onde havia de atrair a atenção do amigo. Quando este entrou na sala, imediata¬mente perguntou de onde viera aquele globo e quem o fizera. "Não veio de lugar nenhum nem ninguém o fez; ele veio parar aqui por mero aca¬so". O amigo de Kircher respondeu que aquilo era totalmente impossível, e que certamente Kircher estava zombando dele. Entretanto Kircher, per¬sistindo em sua afirmação, aproveitou a ocasião para argumentar com o seu amigo sobre seus princípios ateístas, e disse-lhe: "Você não acredi-
A grandiosa harmonia que existe entre os planetas e os sistemas do
universo prova a existência de Deus.
ta que este pequeno globo tenha surgido aqui por mero acaso, no entanto afirma que os inúmeros sóis e planetas, dos quais esse globo é uma insig¬nificante representação, tenham surgido no uni¬
verso por acaso!
Temos, portanto, tão-so¬
mente que abrir os olhos àgrandeza, à harmonia, à or¬dem, à beleza e à perfeição das obras de Deus que nos cercam,
e veremos por toda parte ma¬
nifestações da existência de Deus. Amigo leitor: considere
a admirável adaptação das coi¬sas umas às outras; os grandiosos e harmoniosos movimentos dos poderosos corpos celestes; a pe¬rícia e sabedoria manifestadas na constituição de todos os seres orgânicos. Considere o mecanismodo seu próprio corpo; veja de que modo sublime e tão maravilhoso você foi formado; pense na união misteriosa que existe entre esta casa de barro e o seu morador imortal, e duvide, se for capaz, da existência de Deus.
Concluímos, pois, que as obras da natureza demonstram poderosa e inegavelmente a exis¬tência de um Deus designador e Criador de todas as coisas.
Se o ateu considerar
atentamente como
é maravilhoso o
funcionamento do
seu próprio corpo, deixará de ser ateu.
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Consideremos, agora, as evidências escriturís¬ticas da existência de Deus. É verdade que esta qualidade de evidência só tem valor para aqueles que reconhecem a verdade da Revelação.
O Livro Sagrado abre-se com a seguinte declaração: "No princípio criou Deus os céus e a terra" (Gnl.l), e no li¬vro de Salmos continua no mesmo tom: "Os céus mani¬
A Palavra de Deus
proclama a existência e a
grandeza do Criador.
festam a glória de Deus e o firmamento anuncia as obras das suas mãos" (SI 19.1). "Sabei que o Senhor é Deus;
foi ele e não nós, que nos fez povo seu e ovelhas do seu pasto" (SI 100.3). "Quem mediu com o seu punho as águas, e tomou a medida dos céus aos palmos, e recolheu em uma medida o pó da ter¬ra, e pesou os montes e os outeiros em balanças?”(ls 40.12)”.O Senhor, o que estende o céu, e que funda a terra, e que forma o espírito do homem dentro dele" (Zc 12.1); "O Deus que fez o mundo e tudo que nele há; sendo Senhor do céu e da ter¬ra, não habita em templos feitos por mãos de ho¬mens. Nem tampouco é servido por mãos de ho¬mens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, a respi¬-
A Existência de Deus
ração e todas as coisas; e de um só fez toda a gera¬ção dos homens para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordena¬dos e os limites da sua habitação[...] porque nele vivemos, e nos movemos e existimos" (At 17.24-28).
Portanto, mesmo que a Bí¬blia não faça afirmação formal da existência de Deus, ainda assim ensina-se essa verdade de um modo muito mais apro¬priado. A Bíblia, ao anunciar que Deus criou os céus e o firmamento em cima de nós,
com o sol, a lua e as estrelas que anunciam a sa¬bedoria, o poder e a glória do seu Autor; a nature¬za em toda a sua extensão, exibindo em tudo a beleza, a harmonia e a utilidade; a existência em sua diversidade maravilhosa e extensão ilimitada; a Bíblia, ao atribuir todas estas coisas grandes e misteriosas como sendo obras das mãos de Deus, demonstra enfaticamente a existência da grande Causa Primária de todas estas coisas.
Como os céus podem declarar a glória de Deus sem demonstrar ao mesmo tempo a existência dele? Se a natureza em todas as suas obras confir¬ma a existência de Deus, a Bíblia o faz também
Como a Bíblia prova exaustivamente a
existência de Deus.
de todos os seres
vivos testemunham
a existência de
Deus.
em todas as página nas quais se registram seus atos estupendos. Se observarmos a natureza veremos em cada folha, em cada nuvem, em cada inseto e em cada estrela que a mão divi¬-
na passou por eles. Da mes¬ma forma, ao percorrermos as páginas sagradas, pode¬mos constatar em toda narração da Criação, em todos os atos da Providência Divi¬na, em cada intervenção do
Poder Divino, e em cada dispensação da graça e da
Misericórdia de Deus, a
Poderosíssima existência do Grande "Eu Sou", o Deus que era antes de todas as coisas, e por quem todas as coisas subsistem.
o maior de todos
os astros e o menor
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